A primeira fase de intoxicação por DON e derivados, corresponde à sua passagem pelo estômago, possibilitando a alteração do metabolismo bacteriano, uma vez que o nosso organismo, tal como o de outros animais, é composto por comensais microbianos que desempenham vários papéis, sendo um deles o da proteção contra microorganismos patogénicos e xenobióticos. Estes microorganismos desempenham também um papel essencial na maturação do sistema imunitário e intestinal, daí que a remoção ou alteração desta flora possa levar aos efeitos tóxicos do DON (EFSA 2013; Maresca 2013).

No entanto, a via mais importante é a do citocromo P450, que serve como catalisador de oxidação das substâncias orgânicas. Contudo, esta via pode originar grupos hidroxilos e radicais de DON que podem ser muito reativos. O radical DON pode ser sequestrado pela via enzimática (que contém a glutationa peroxidase, catalase e superóxido dismutase), ou pela não enzimática (glutationa redutase, metalotioneína, entre outras). De seguida, ocorrerão reações de fase II onde se dá a destoxificação da micotoxina (imagem em baixo à esquerda) (Sobrova, et al. 2010).